quinta-feira, 1 de setembro de 2011
O Bizarro Sonho de George Holanda
No início, estamos por nossa conta. Talvez como sempre estivemos nessa vida. Somos recebidos com carinho, mas não existem indicações de onde ficar, sentar, o que fazer... Esperamos por orientações, por saber quando irá começar o espetáculo... Mas ele começa sem ser anunciado, simplesmente começa.
Acabamos dentro da cena em diversos momentos, sem sabermos onde nos colocarmos. A cena nos engole. Isso nos causa alguma desorientação. Gera dúvidas. Mas também nos torna muito próximos dos personagens, ampliando nossa percepção. Há um contato desburocratizado.
Na primeira cena surgem três homens (os três personagens). Eles manipulam lâmpadas (coloridas) com inconfundível angústia e desconforto, traduzindo o que, possivelmente, é a metáfora mais marcante do espetáculo e que envolve a utilização da luz. Esta luz inicial remete à idéia de luz como conhecimento, elevação da alma, consciência plena, sabedoria, iluminação, enfim.
Tendo como ponto de partida o desconforto humano em alcançar este estado de iluminação, expõe-se um homem de hoje ausente desta qualidade e mostra-se um caminho a se percorrer para se alcançar esta iluminação.
Na verdade, para O Bizarro Sonho de Steven, este caminho para a iluminação não levaria a um lugar desconhecido, mas a um caminho de volta, para um lugar em que já se habitou, mas que, de alguma forma, está esquecido, pois já alcançamos essa iluminação em um momento anterior.
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