terça-feira, 24 de maio de 2011

Cineclube Boi de Prata - Kirikú e a Feiticeira - 26 de maio



Sinopse

Na África Ocidental, nasce um menino minúsculo, cujo tamanho não alcança nem o joelho de um adulto, que tem um destino: enfrentar a poderosa e malvada feiticeira Karabá, que secou a fonte d'água da aldeia de Kiriku, engoliu todos os homens que foram enfrentá-la e ainda pegou todo o ouro que tinham. Para isso, Kiriku enfrenta muitos perigos e se aventura por lugares onde somente pessoas pequeninas poderiam entrar.
 
Título original: (Kirikou et la Sorcière)
Lançamento: 1998 (França)
Direção: Michel Ocelot
Atores: Fezele Mpeka, Theo Sebeko, Antoinette Kellermann, Mabuto "Kid" Sithole.
Duração: 71 min
Gênero: Animação
Status: Arquivado

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Quanto aos "Rumos à Cidadania Cultural"

Hoje cheguei de uma viagem bastante produtiva. Fui a Recife para o Encontro promovido pelo MinC e sua recém-criada Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural (SCDC), articulei a rede dos Pontos de Cultura de nosso Estado (RN) junto a outros companheiros e com apoio da FJA (que cedeu o ônibus) fomos todos a cidade de Chico Science para particparmos deste evento.

A abertura foi feita pela Secretária Marta Porto que durante quase uma hora nos falou desse novo rumo a ser tomado pela sua Secretaria (SCDC) e foi além, nos falou de ética, de respeito e focou sua fala nas crianças, na juventude brasileira.

Marta Porto - SCDC
"Temos uma sociedade culturalmente forte e eticamente fraca", falou a Secretária. Essa frase resume toda sua fala. Ela nos diz que recebe um legado da gestão passada, e um grande legado, deste destacam-se os programas Brasil legal e o Cultura Viva. O primeiro abarca os projetos voltados para a diversidade cultural brasileira, as culturas ciganas, afro-brasileiras, indígenas, LGBT, do idoso e da acessibilidade, estes ficaram sobre a tutela de Américo Córdula na Gestão passada. O segundo, é aquele que podemos considerar o programa mais revolucionário que o estado pôde desenvolver ao longo de sua história que, parafraseando Célio Turino (idealizador do Programa), "desescondeu o Brasil". Os Pontos de Cultura representam para o Brasil a política de cultura mais descentralizadora que já existiu, levando aos Brasis mais Longínquos a possibilidade de desenvolverem uma política pública. Assim são os Pontos de Cultura.

Mas o que tem haver a ética com os Pontos de Cultura? O Programa Cultura Viva tinha que acontecer. Mesmo sem o estado brasileiro estar pronto para tal, nem o próprio movimento cultural, mas ele tinha que acontecer para mostrar ao povo brasileiro a importância que existe nessa efervecência cultural gerada pelos Ponto de Cultura. "Não dava pra esperar o estado brasileiro ficar pronto pra isso. Os pontos de Cultura tinham que ser instalados" disse o César Píva, Coordenador Geral do Programa Cultura Viva, e por isso hoje arcamos com as consequências: Editais cancelados, Prêmios atrasados, Resultados modificados e grande desgaste na relação MinC x Movimento Cultural.

É aí onde reside a importância da ética. Não que não tenha havido até então, mas que ela seja mais clara, que haja um respeito ao que já foi construído. Percebo que esta ética e este respeito deva vir dos dois lados, Estado e sociedade Civil. E sinto que isso venha acontecendo nessa nova gestão, que é nova, mas é de continuidade.

No Plenário houve muitas discussões acaloradas, ataques desnecessários, burburinhos incômodos e tudo que acontece quando se reúne o movimento cultural para se falar de Políticas Públicas. Mas não quero me ater a isso. 

Quero me ater aos resultados práticos colocados pelo Ministério.

1º Mais transparência, ética e melhor comunicação com os envolvidos em suas atividades;

2º Cancelamento de dois editais (Agente Cultura Viva e Agente Escola Viva) pelo prazo expirado do Edital, sem qualquer previsão de Premiação;

3º O Resultado do Prêmio Areté para pequenos eventos foi relançado e aconteceram algumas baixas e que certamente gerarão algumas muitas confusões para frente;

4º Em junho o MinC/SCDC lançará alguns editais em parceria com outros Ministérios e outras secretarias, relacionando a Cultura Com diversas temáticas como o Meio Ambiente, Direitos Humanos e Juventudes;

A partir destes pontos, chego a algumas conclusões. Não corroboro do mesmo desespero de alguns companheiros do Movimento dos Pontos de Cultura, que o Programa Cultura Viva vá se acabar ou ser deixado de escanteio, ainda acredito que este seja o principal programa do Ministério da Cultura. e Lanço a pergunta aos demais: do jeito que está dá pra continuar?

Com repasses fundamentados na Lei 8.666?

Plenário lotado com quase 500 pessoas
Com Editais problemáticos e sem um fundo que garanta o seu pagamento?

Com inúmeros CNPJ's de anos de trabalho sendo queimados por causa de uma política Cultural?

Por isso, eu gosto do discurso da Marta Porto, e acredito que essa ética deva começar dentro de sua casa (MinC/SCDC). Para a partir disto, irmos para o território do simbólico e como ela mesmo disse: "Se não existe sentimentos éticos, não existirá o senso ético" e toda essa problemática dos Editais só gera sentimentos de raiva, ódio e conflito, contradizendo-se com tudo que os companheiros da Cultura de Paz tanto defendem.


Quanto a nossa rede estadual, pude me reunir a noite com Fábio Lima (Potiguar e Chefe da Regional Nordeste do MinC) e com o já citado César Píva, discutimos com alguns representantes do Nordeste a respeito da realização das TEIA's Estaduais e de uma possível TEIA Regional. O MinC demonstrou-se empolgado em apoiar esses eventos, conversamos sobres suas características, a importância de politizá-los, de discutir nossas origens enquanto Ponto de Cultura (passado, presente e futuro). A ideia agora é mapear todas as redes estaduais (quantidade e qualidade de pontos) e escrever os Projetos. Para nossa TEIA Potiguar já tenho um pré-projeto e que mais a frente compartilharei com tod@s.

Quanto ao depósito da segunda Parcela e primeira dos suplentes, o Píva pediu para que ficássemos em contato com ele via e-mail para que ele acompanhe como anda a valiação da prestação de conta da FJA com o Ministério. Caso esteja já encaminhada, o dinheiro será depositado na conta do estado até o dia 31 de maio (Clique aqui e veja a informação oficial).

No mais é isso... vamos conversando e lutando para que nossa rede se fortaleça cada vez mais.

Rodrigo Bico
Grupo de Teatro Facetas, Mutretas e Outras Histórias
Ponto de Cultura Rebuliço
Representante Estadual dos Pontos de Cultura - RN/CNPdC

Gambiarra: espaço de experimentações artísticas

O "Gambiarra: Espaço de experimentações artísticas" está de volta e com novo formato. Como sugere o próprio nome, o Gambiarra convida público e artistas a experimentarem juntos, numa tentaiva de criar diálogos e intercâmbios artísticos, sendo um espaço alternativo para a experimentação de obras em caráter de construção, servindo de um espaço de feed back.

(Com)tatos e Improvisação em dança
Nesta primeira edição de 2011, teremos o Projeto (Com)tatos e Improvisação em Dança da UFRN, trazendo seus trabalhos, mostrando um corpo que se adapta aos espaços e as reações do público, dilatando-se em várias formas, criando um movimento de qualidade aliado a força expressiva dos intérpretes.

Outra atração de destaque é a Banda Arrelia, que fazem uma mistura de sons nordestinos com a pegada de guitarras rasgadas. Ganhou o prêmio do Júri Popular no Festival Universitário da Canção da UFRN com a música "Ciranda Maracatucada" e prometem trazer músicas novas, aproveitando o espaço para Fruir suas novas aspirações.
Música do Arrelia no MPBeco

A novidade deste Gambiarra é que o Facetas, Mutretas e Outras Histórias/Ponto de Cultura Rebuliço sempre estará nas programações, experimentando cenas, ritmos, sons, instalações e performances. Para o dia 28 o Facetas apresentará um experimento de nome "Prontuários" que explora diversos textos com a temática da Loucura, além de um experimento cênico-musical com os Facetas-paulateiros Yago Caetano e Omar Cunha, que trarão para cena essa mistura de suas experiências.

Para mais informações sobre o evento ou caso queira encaixar-se em nossa programação é só ligar para os números (84)8835-9242 [Rodrigo Bico] ou (84)9105-2621 [Enio Cavalcante].

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quarta-feira, 18 de maio de 2011

Cineclube Boi de Prata no dia 18 de maio - Terra Deu, Terra Come

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O Filme

Pedro de Almeida, garimpeiro de 81 anos de idade, comanda como mestre de cerimônias o velório, o cortejo fúnebre e o enterro de João Batista, que morreu com 120 anos. O ritual sucede-se no quilombo Quartel do Indaiá, distrito de Diamantina, Minas Gerais. Com uma canequinha esmaltada, ele joga as últimas gotas de cachaça sobre o cadáver já assentado na cova: “O que você queria taí! Nós não bebeu ela não, a sua taí. Vai e não volta pra me atentar por causa disso não. Faz sua viagem em paz”.
Dessa maneira acaba o sepultamento de João Batista, após 17 horas de velório, choro, riso, farra, reza, silêncios, tristeza. No cortejo, muita cantoria com os versos dos vissungos, tradição herdada da áfrica. Descendente de escravos que trabalhavam na extração de diamantes, nas Minas Gerais do tempo do Brasil Império, Pedro é um dos últimos conhecedores dos vissungos, as cantigas em dialeto banguela cantadas durante os rituais fúnebres da região, que eram muito comuns nos séculos 18 e 19.
Garimpeiro de muita sorte, Pedro já encontrou diamantes de tesouros enterrados pelos antigos escravos, na região de Diamantina. Mas, o primeiro diamante que encontrou, há 70 anos, o tio com quem trabalhava o enterrou e morreu sem dizer onde. Depois disso, vive sempre em uma sinuca: para reencontrar o diamante só se invocar a alma de seu tio João dos Santos. “É um diamante e tanto, você precisa ver que botão de mágoa.” Ao conduzir o funeral de João Batista, Pedro desfia histórias carregadas de poesia e significados metafísicos, que nos põem em dúvida o tempo inteiro: João Batista tinha pacto com o Diabo?; O Diabo existe?; estamos sozinhos, ou as almas também estão entre nós?; como Deus inventou a Morte?
A atuação de Pedro e seus familiares frente à câmera nos provoca pela sua dramaturgia espontânea, uma auto-mise-en-scène instigante. No filme, não se sabe o que é fato e o que é representação, o que é verdade e o que é um conto, documentário ou ficção, o que é cinema e o que é vida, o que é africano e o que é mineiro, brasileiro.


terça-feira, 17 de maio de 2011

CARTA DE ATIBAIA DO CNC

A direção do CNC - Conselho Nacional de Cineclubes Brasileiros – reunida de 09 a 11 de maio de 2011, durante o 6º FAIA - Festival de Atibaia Internacional do Audiovisual, vem reafirmar o seu posicionamento relativo aos seguintes pontos: - A continuidade das políticas culturais, das conquistas e dos espaços institucionais de participação alcançados pelo CNC;
- A manutenção, ampliação e garantia dos recursos necessários a continuidade do Programa Cine Mais Cultura, conforme anunciado pela Secretária do Audiovisual, Ana Paula Santana, e confirmado pela Ministra da Cultura, Ana de Hollanda, na última reunião do Comitê Consultivo da SAV, realizada em Brasília nos dias 14 e 15 de março de 2011;
- A inclusão do cineclubismo no sistema educacional brasileiro, através da implantação de cineclubes nas escolas, com base nos conteúdos e métodos que vem sendo desenvolvidos no movimento cineclubista a exemplo do projeto “Cineclubismo, Cinema e Educação”;
- A reavaliação do Programa Cinema Perto de Você, desenvolvido pela Ancine, e implantação imediata de salas populares de cinema, em todos os municípios brasileiros, utilizando o modelo POP Cine, que garante a ampliação da cota de tela para a exibição da produção audiovisual nacional;
- O apoio a proposta de reforma que atualiza a Lei do Direito Autoral, em vigor, especialmente, nos itens que se referem à democratização do acesso do público aos bens culturais e ao fortalecimento dos direitos do público;
- A garantia efetiva de destinação de recursos e do seu não contingenciamento à cultura conforme disposto na PEC 150, atualmente em tramitação no Congresso Nacional;
- O apoio à aprovação do PLS 116, atualmente em tramitação no Senado Federal, conforme o texto já aprovado pela Câmara de Deputados;
- O apoio a imediata aprovação do projeto que institui o vale cultura, solicitando-se a inclusão de dispositivo que garanta sua utilização apenas para o acesso aos bens culturais originários de países signatários da Convenção pela Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais (Convenção da UNESCO) ;
- A solicitacão da imediata exclusão da proposta da LDO - Lei de Diretrizes Orçamentárias - de 2012, encaminhada pelo governo para apreciação e aprovação pelo Congresso Nacional, do item que a exemplo do artigo 20, inciso XIII, da Lei de Diretrizes Orçamentárias, atualmente em vigor, criminaliza o conjunto das entidades culturais brasileiras e impede o repasse de recursos públicos pelos Ministérios da Cultura e do Turismo para realização de “eventos”;
- O apoio as imediatas implantações do Plano Nacional de Cultura, da construção dos Planos Setoriais, em especial o Plano Setorial do Audiovisual e do Plano Nacional de Banda Larga;
- O apoio a imediata votação e aprovação do projeto de Lei de Reforma da Lei Rouanet (Procultura);
- A solicitação da imediata criação de um grupo de trabalho, composto por representantes do executivo e legislativo federais e entidades da cultura da sociedade civil, objetivando a formulação de propostas de mudanças na atual legislação, normas e atuais trâmites burocráticos, norteadores da apresentação de projetos , tramitação e prestação de contas.
Destacamos ainda a relevância da instituição do "Dia do Público”, proposto pelo cineclubista Felipe Macedo e criado durante as reuniões do CNC, neste festival, a ser celebrado a cada ano, em 10 de maio. Nesta data, no ano de 1849, em Nova Iorque, ocorreu a Revolta do Astor Place, onde o público se manifestou de maneira ruidosa mas pacífica pelo acesso aos bens culturais, as autoridades e as forças policiais praticaram uma repressão sangrenta, com mais de 20 mortos e uma centena de feridos.
Para finalizar destacamos a relevância histórica da eleição do cineclubista João Baptista Pimentel Neto para presidente do CBC – Congresso Brasileiro de Cinema.
Agradecemos a Prefeitura da Estância de Atibaia, Difusão Cultural de Atibaia, Difusão Cineclube, Secretaria do Audiovisual e Ministério da Cultura por, mais uma vez apoiarem a realização da reunião da diretoria do CNC – Conselho Nacional de Cineclubes Brasileiros.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Hoje tem Cineclube Boi de Prata 12/05 ás 19hs


Curtas da produção Bahiana

Memória de Deus e do Diabo em Monte Santo e Cocorobó
de Agnaldo Siri Azevedo, documentário, 1984

Anil
de Fernando Bélens, experimental, 1990

Catálogo de meninas
de Caó Cruz Alves, animação, 2002

Gato / Capoeira
de Mario Cravo Neto, documentário, 1979
Bom filme!
O Cineclube Boi de Prata acontece todas quintas-feiras às 19 horas no TECESol (clique aqui e saiba onde fica), valorizando a Cultura Cinematográfica, principalmente a produção brasileira. Alternando sempre entre COMÉDIA, ALTERNATIVO, NACIONAL e INFANTIL

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Lançamento do Circuito Bodearte é nesta sexta!

Fotografia e designer: Rodrigo Bico

Em homenagem ao dia do artista plástico, o Coletivo ES3 e o grupo Facetas, Mutretas e Outras Histórias promoverão na sexta-feira (06/05) o lançamento da edição 2011 do Circuito BodeArte. O evento contará em sua programação com palestras, instalações, discotecagem e gambiarra bar, e acontecerá no TECESol às 19:00h. Contamos com a presença da classe artística da cidade do Natal, assim como com todos osdemais interessados.
O Circuito BodeArte se torna em 2011 um circuito regional de palestras, oficinas, exposições e apresentações no campo da performance arte. Esse ano destaca a mudança de abragência de seu enfoque, buscando abarcar trabalhos em diversas linguagens artísticas (artes visuais, teatro e dança) que desenvolvam reflexões em seu interior sobre o campo da performance arte. Participe do evento e descubra como participar.

Contato (e-mail)
coletivoes3@gmail.com
grupofacetas@gmail.com

Contate-nos também através do blog: www.coletivoes3.blogspot.com

Relato dos participantes das oficinas do Ponto de Cultura Rebuliço em 2010

Clau Zem fazendo o padre na peça "Brincantes do boi".
Foto: Rodrigo Bico


Relato de Clau Zem, integrante da oficina de teatro do grupo Facetas. Ator do espetáculo Bricantes do Boi dirigido por Enio Cavalcante.

Em dezembro de 2010 tive a honra de ser convidado para compor o elenco da peça “Brincantes do Boi”, que estava sendo produzida pelos alunos do Ponto de cultura rebuliço, como resultado da oficina ministrada por Enio Cavalcante.

Faltando dez dias para a apresentação dos trabalhos na “Mostra Carlão Lima”, um dos atores havia tomado doril, ou seja, sumido... Tendo ido ate a sede do Grupo Facetas no TECESOL, buscar informações sobre as oficinas, uma vez que por motivos de trabalho tive que passar 06 meses afastado, encontrei com Enio, que sem maiores delongas me fez o intempestivo convite:
_ Você já foi aluno da oficina, por isso acredito que conseguira encarnar o personagem, mesmo faltando pouco tempo...

Com muita relutância, aceitei. Meu primeiro impulso era o de devorar o texto, tentar decorá-lo a qualquer custo, afinal a apresentação seria em poucos dias e eu estava muito ansioso. Mas, o jeito FACETAS de fazer teatro me fez entender que, aprender o texto era importante, mas se tornaria um elemento secundário diante do verdadeiro processo de compreensão do universo dos personagens, seus sonhos, crenças, anseios...

Nesses poucos dias que faltavam passamos a nos reunir diariamente, às vezes mais de uma vez por dia. O desafio do grupo, sob a direção de Enio, era o de me fazer despertar para um contexto do qual eu nada sabia, pois não conhecia o auto do boi e nunca havia me interessado por cultura popular. Longos debates foram travados antes, durante e após os ensaios, acerca do contexto histórico, social e cultural dos personagens. Em alguns momentos cheguei a pensar que tais conversas eram perda de tempo e que eu deveria apenas tentar aprender o texto e ensaiar muuuiiito... Contudo, nos próprios ensaios fui me conscientizando de que o simples decorar texto e tentar imitar trejeitos termina por dar um tom de artificialidade a peça e que e primordial que se consiga fazer a ponte entre a própria busca pessoal do ator e a essência interior do personagem. A partir desta compreensão, o trabalho realmente passou a fazer sentido e por incrível que pareça nos conseguimos realizar o impossível!

A peça “Brincantes do boi“ foi um sucesso na Mostra de Arte Carlão Lima, bem como em apresentações na rua ou no pátio de escolas. Mas o trabalho não terminou, ele esta apenas começando. Estamos agora num processo de aprofundamento de pesquisa sobre as raízes históricas do auto do boi de reis. Quanto mais estudamos, mais a ponte se fortalece... Mas vamos deixar esse assunto para um próximo artigo.

Levanta, Boi!!!!!!!!!!!!!

Kiko lopes fazendo Catirina na peça "Brincantes do Boi". Foto: Rodrigo Bico


Relato de Kiko Lopes, integrante da oficina do grupo Facetas. Ator e dramaturgista do espetáculo “Brincantes do Boi” dirigido por Enio Cavalcante.

Em todo o processo de experiência, do qual eu tive durante a oficinas de teatro, em relação as improvisações, adaptação, a lidar com o público no espaço, com diferentes espectadores. Tudo isso me deu uma aproximação ativa de como deve se comportar o ator dentro desse processo que é a carreira profissional. Durante nossos ensaios, improvisações, deu-se cada um a sua identificação ao seu personagem, no qual agente tinha discutido, as falas do personagem, estética, a criação da estética em relação da época, que tipo de trajes usavam, etc..

O mais importante de tudo isso, é saber que nada fizemos sozinhos, tivemos eu Kiko e o Enio, um processo de “recriação” da historia do Bumba meu Boi, a relação do homem e o boi, uma historia que se enfatiza em um grupo de brincantes, dentro desse contexto, criamos um texto, demos um nome uma marca registrada “Brincantes do Boi”, tudo aquilo que vem do povo numa cultura popular brasileira.

Depois de todo o processo de aprendizado tivemos a oportunidade de apresentar o nosso trabalho, no próprio ponto de cultura, na Mostra de Arte Carlão Lima, na casa da Ribeira (projeto Cena Aberta), Redinha, e também no lançamento do ponto de Cultura Bandeira Lilás, em Petrópoles, pra mim foi muito gratificante ter realizado um trabalho que teve andamento, um bom resultado, para continuarmos passando alegria e conhecimento do que é cultura.

“O futuro pertence a todos que acreditam na beleza de seus sonhos, sonhar mais um sonho, faz parte do processo humano, a conquista só é conquistada, quando corremos atrás e conseguimos aquilo que agente quer.”



Oficinas Facetas em Junho!!!

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